“Acolho com satisfação a aprovação pelo Conselho de Segurança da ONU de uma resolução que apela urgentemente para o fornecimento seguro e sem obstáculos de ajuda à população de Gaza”, escreveu Charles Michel na rede social X (antigo Twitter).
O político belga sublinhou que “era isto que a União Europeia (UE) estava a pedir, em consonância com o direito internacional humanitário”.
Congratulou-se também por “se insistir na necessidade de criar as condições para um cessar-fogo sustentável”.
Por sua vez, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, indicou na mesma rede social saudar com satisfação a resolução do Conselho de Segurança, garantindo que a instituição que lidera “está a trabalhar com parceiros na região e fora dela para enfrentar a emergência humanitária e preparar-se já hoje para o dia seguinte”.
I welcome the passing by #UNSC of a resolution calling urgently for safe and unhindered aid deliveries to the population of #Gaza.
This is what EU has been calling for, in line with international humanitarian law.
I equally welcome the emphasis on the need to create the…
— Charles Michel (@CharlesMichel) December 22, 2023
O Conselho de Segurança da ONU aprovou hoje uma resolução para agilizar o envio de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, após uma semana de intensas negociações.
A iniciativa, apresentada pelos Emirados Árabes Unidos, teve de ser reescrita várias vezes devido a objeções dos Estados Unidos, que têm direito de veto naquele órgão, enquanto seu membro permanente, e acabaram por se abster, assim como a Rússia.
O texto apela ao secretário-geral da ONU, António Guterres, para que nomeie um coordenador especial para monitorizar e verificar o envio de ajuda humanitária para aquele território palestiniano, alvo de bombardeamentos constantes desde 07 de outubro, data do início da guerra entre Israel e o grupo islamita Hamas.
Nesse dia, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) — desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel — realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.139 mortos, na maioria civis, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas, e cerca de 250 reféns.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para “erradicar” o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território e que entretanto se estendeu também ao sul.
A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 77.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 20.000 mortos, na maioria civis, e 52.600 feridos, de acordo com o último balanço das autoridades locais controladas pelo Hamas, e cerca de 1,9 milhões de deslocados, segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária.
Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, mais de 280 palestinianos foram mortos desde 07 de outubro pelas forças israelitas e em ataques perpetrados por colonos.
Leia Também: “Israel continuará a guerra até que todos os reféns sejam libertados”