Dra. Ana Carolina Cortes, médica do Corinthians, recentemente fez uma declaração que vem causando polêmica no mundo do futebol. Em uma entrevista para o site CNN Brasil, ela criticou o uso de gramados sintéticos nos campos de futebol e citou um estudo da UEFA que aponta para um maior número de lesões ligamentares em jogadores que atuam nesta superfície.
Segundo a Dra. Ana Carolina, os gramados sintéticos apresentam um maior risco de lesões, principalmente nos ligamentos do joelho. Ela afirma que, apesar de serem mais duráveis e de exigirem menos manutenção, estes campos não são adequados para a prática do futebol profissional.
O estudo da UEFA, realizado em 2017, analisou os dados de lesões em jogadores que atuaram em gramados sintéticos durante a temporada 2016/2017. Os resultados mostraram que houve um aumento de 40% no número de lesões ligamentares em comparação com os jogos em gramados naturais. Além disso, os jogadores que atuaram em campos sintéticos tiveram um tempo de recuperação mais longo, o que pode afetar o desempenho e a carreira dos atletas.
Para a Dra. Ana Carolina, a principal causa deste aumento de lesões está na diferença de tração entre os gramados naturais e sintéticos. Enquanto nos campos naturais a grama se movimenta e absorve parte do impacto, nos sintéticos a superfície é mais dura e não tem a mesma capacidade de amortecimento. Isso pode causar uma sobrecarga nos ligamentos e aumentar o risco de lesões.
Além disso, a médica também ressalta que os campos sintéticos podem ser mais escorregadios, especialmente em dias de chuva, o que pode levar a quedas e lesões graves. Ela ainda destaca que o uso destes campos pode afetar a qualidade do jogo, já que a bola quica de forma diferente e os jogadores podem ter dificuldades para controlá-la.
A declaração da Dra. Ana Carolina gerou discussões entre os profissionais do futebol e também entre os torcedores. Enquanto alguns concordam com a médica e defendem o uso exclusivo de gramados naturais, outros acreditam que os campos sintéticos podem ser uma alternativa viável, principalmente em locais onde as condições climáticas não permitem o cultivo de grama.
No entanto, é importante lembrar que o estudo da UEFA não é o único a apontar para os riscos do uso de gramados sintéticos. Outras pesquisas também mostram um aumento no número de lesões em jogadores que atuam nestas superfícies. Além disso, a própria FIFA, entidade máxima do futebol, recomenda o uso de gramados naturais nos jogos de alto nível.
Diante de todas essas informações, fica evidente a importância de se repensar o uso de gramados sintéticos nos campos de futebol. É preciso levar em consideração não apenas a durabilidade e a facilidade de manutenção destes campos, mas também a saúde e a integridade física dos jogadores.
No Brasil, o uso de gramados sintéticos ainda é pouco comum, mas vem ganhando espaço, principalmente em clubes de menor expressão. No entanto, é necessário que as autoridades e os responsáveis pela gestão dos campos levem em consideração os riscos envolvidos e tomem medidas para garantir a segurança dos atletas.
É importante ressaltar que a Dra. Ana Carolina não é contra o uso de gramados sintéticos em todas as situações. Ela reconhece que, em alguns casos, pode ser uma opção viável, como em campos de treinamento ou em locais onde não é possível