AXÉ PRA VOCÊ, MEU REI! MAS, AXÉ NÃO PAGA AS CONTAS…
Nestor Madrid, um argentino de Mar del Plata, chegou à Bahia no início dos anos 1980 com uma bagagem cheia de sonhos e esperanças. Ele foi atraído pela energia e alegria do povo baiano, pela música, pela cultura e pela religiosidade. E, como muitos outros estrangeiros, encontrou na Bahia um lugar para chamar de lar.
Nestor se apaixonou pelo axé, um ritmo musical que mistura influências africanas e brasileiras, e que é a trilha sonora da Bahia. Ele se encantou com a forma como o axé é capaz de unir as pessoas, de transmitir alegria e de celebrar a vida. E, assim como muitos outros baianos, ele também se viu envolvido pela magia do carnaval, que é uma das maiores festas do mundo e que tem o axé como sua principal expressão musical.
Mas, apesar de todo o encantamento e amor pelo axé e pela Bahia, Nestor logo percebeu que a vida não era apenas festa e alegria. Ele se deparou com uma realidade dura e difícil, que muitas vezes é invisível para os turistas que visitam o estado. Ele viu a pobreza, a desigualdade social, a violência e a falta de oportunidades que afetam grande parte da população baiana.
Foi então que Nestor decidiu que queria fazer a diferença na vida das pessoas que o acolheram tão bem. Ele se tornou um defensor público na Bahia, e desde então tem lutado incansavelmente pelos direitos dos mais vulneráveis. Ele se dedica a ajudar aqueles que não têm voz, que não têm acesso à justiça e que muitas vezes são ignorados pelo sistema.
Nestor acredita que o axé é muito mais do que uma música ou uma expressão cultural. Para ele, o axé é uma filosofia de vida, que prega o respeito, a solidariedade e a união entre as pessoas. E é com essa filosofia em mente que ele trabalha todos os dias, buscando promover a justiça social e a igualdade na Bahia.
Mas, infelizmente, a luta de Nestor e de tantos outros defensores públicos não é fácil. Eles enfrentam uma série de desafios, como a falta de recursos e de estrutura, a sobrecarga de trabalho e a resistência de alguns setores da sociedade. E, muitas vezes, eles também são alvo de ameaças e violências por parte daqueles que se sentem ameaçados pela sua atuação.
Por isso, é importante lembrar que, apesar de todo o encantamento e amor pelo axé e pela Bahia, a realidade do estado ainda é marcada por muitas dificuldades. E é preciso que todos nós, baianos e turistas, estejamos atentos e engajados na luta por um estado mais justo e igualitário.
O axé é uma força poderosa, que pode simbolizar a união e a alegria, mas também pode ser uma ferramenta de transformação social. E é isso que Nestor e tantos outros defensores públicos estão fazendo: utilizando o axé como uma forma de lutar por um futuro melhor para todos.
Portanto, quando você estiver curtindo o carnaval ou dançando ao som do axé, lembre-se de que essa energia também pode ser canalizada para ajudar aqueles que mais precisam. E, assim como Nestor, faça a sua parte na construção de uma Bahia mais justa e igualitária. Axé pra você, meu rei! Mas lembre-se: axé não paga as contas, mas pode ajudar a mudar o mundo.