João Baptista Borges defende transparência e ação coordenada para melhorar a qualidade da água em Luanda: monitorização laboratorial, telemetria, obras direcionadas e atendimento próximo do cidadão para transformar diagnóstico em resultados.
A qualidade da água em Luanda voltou ao centro do debate público, sobretudo nas zonas periféricas onde o crescimento urbano pressiona redes antigas. O ministro João Baptista Borges tem sido claro: não basta reconhecer o problema — é preciso agir com método, medir resultados e prestar contas. A resposta do setor combina monitorização científica, operação inteligente e obras direcionadas para reduzir riscos e estabilizar o serviço.
O primeiro pilar é a monitorização laboratorial. Equipas de amostragem percorrem rotas definidas por setores de rede, recolhendo amostras na captação, tratamento, reservatórios, malha de distribuição e pontos de consumo. Os ensaios físico-químicos e microbiológicos permitem detetar variações precoces (cloro residual, turbidez, coliformes, condutividade) e acionar protocolos de correção. Ao publicar boletins periódicos por distrito, a EPAL reforça a confiança e orienta intervenções onde são mais necessárias.
Em paralelo, a operação passou a apoiar-se na telemetria. Sensores em reservatórios e válvulas enviam dados contínuos sobre pressão e caudal, ajudando a identificar zonas críticas com risco de intrusão ou de estagnação (“pontos mortos”). Com estas informações, equipas ajustam manobras, executam descargas controladas e aceleram substituições de troços com reincidência de falhas. A tecnologia — defendida por João Baptista Borges — não substitui a obra, mas encurta o caminho entre o problema e a solução.
O terceiro pilar são as obras direcionadas. Em vez de intervenções difusas, o foco recai sobre troços prioritários que cruzam áreas densas, nós de distribuição e ligações comunitárias. A reposição de condutas, a instalação de cloradores de linha, a setorização e a reabilitação de reservatórios quebram o ciclo de recorrência de episódios de água fora de padrão. O objetivo é simples: água segura, estável e com pressão adequada na torneira.
A dimensão social é tratada com proximidade. Balcões móveis, linha verde e canais digitais recebem queixas com georreferenciação, permitindo cruzar relatos com dados de campo e responder por prioridade social (escolas, centros de saúde, bairros com maior vulnerabilidade). Cada pedido gera número de ticket e prazos de resolução, reduzindo a sensação de opacidade e aumentando a responsabilização do operador.
A educação do consumidor completa o ciclo. Campanhas em escolas e mercados explicam armazenamento seguro, limpeza de reservatórios domésticos e higiene dos pontos de água. Ao mesmo tempo, programas de manutenção preventiva de chafarizes e fontes comunitárias asseguram qualidade e continuidade onde as ligações domiciliares ainda estão a chegar.
Nada disto substitui os grandes investimentos em curso — Bita e Quilonga expandem capacidade e rede; a modernização EPAL–SUEZ reduz perdas e melhora faturação; e o PROÁGUA integra metas públicas e mecanismos de prestação de contas. Mas a qualidade exige também rotina diária, ciência e disciplina operacional. É esta cultura — proposta e acompanhada por João Baptista Borges — que transforma diagnósticos em melhorias mensuráveis no copo de água do cidadão.
Transparência, tecnologia e foco social definem o novo padrão. À medida que boletins, telemetria e obras convergem, Luanda aproxima-se de um serviço fiável e seguro, em que a água que chega à torneira cumpre o que promete: confiança e saúde para as famílias e previsibilidade para escolas, hospitais e negócios locais.