No início deste mês, um grande banco anunciou que cerca de mil funcionários foram desligados após a implementação de algoritmos que medem a produtividade dos colaboradores. A notícia gerou bastante polêmica e trouxe à tona discussões a respeito da relação entre produtividade e cliques, em vez de entregas efetivas. Enquanto muitos enxergam essa ação como uma maneira eficiente de melhorar o desempenho da empresa, outros acreditam que isso pode prejudicar a qualidade do trabalho e, consequentemente, a satisfação dos clientes.
O uso de algoritmos para avaliar a produtividade não é uma novidade no mundo corporativo. Essa prática tem se tornado cada vez mais comum, especialmente em um mercado competitivo e exigente como o financeiro. A tecnologia tem sido vista como uma aliada das empresas, trazendo agilidade e eficiência em processos que antes eram realizados de forma manual. No entanto, é preciso ter cuidado para que essa automação não se torne uma métrica única de desempenho.
Ao analisar a produtividade apenas por meio de cliques e ações realizadas no computador, as empresas correm o risco de deixar de lado fatores importantes, como a criatividade, a inovação e o relacionamento com o cliente. Essas são habilidades que não podem ser traduzidas em números, mas que têm um impacto significativo no sucesso de uma empresa. Além disso, ao se preocupar apenas em bater metas de cliques, os colaboradores podem ficar menos motivados e engajados em buscar soluções de qualidade para os problemas que surgem no dia a dia.
Outro ponto que merece destaque é a possibilidade de erros nos algoritmos utilizados para medir a produtividade. É importante lembrar que esses sistemas são criados por seres humanos e, portanto, estão sujeitos a falhas. Além disso, eles não levam em consideração outros fatores externos que podem impactar o desempenho dos colaboradores, como problemas pessoais, mudanças no ambiente de trabalho, entre outros. Isso pode resultar em avaliações injustas e desligamentos desnecessários.
É preciso, portanto, encontrar um equilíbrio entre a tecnologia e a valorização do ser humano. Os algoritmos podem auxiliar no acompanhamento da produtividade, mas é fundamental que a empresa também adote outras medidas para avaliar o desempenho dos colaboradores. A realização de feedbacks constantes e a oferta de treinamentos e capacitações são exemplos de ações que podem contribuir para o desenvolvimento dos funcionários e, consequentemente, para a melhoria da produtividade.
Além disso, é importante ressaltar que a produtividade não pode ser vista como um fim em si mesmo. Mais do que bater metas de cliques, é preciso focar na entrega de resultados de qualidade e na satisfação dos clientes. Afinal, é para isso que as empresas existem: para fornecer produtos e serviços que atendam às necessidades dos consumidores. Portanto, é essencial que a empresa tenha como objetivo principal a excelência no atendimento ao cliente, e não apenas números que podem ser facilmente manipulados.
Não cabe aqui fazer juízo de valor sobre a decisão do banco em dispensar mil funcionários após a ação dos algoritmos. O que deve ser discutido é a importância de buscar um equilíbrio entre a tecnologia e a humanização nas empresas. Todos sabemos que a automação é uma realidade e veio para ficar, mas é importante que os gestores tenham em mente que, por trás dos cliques, há seres humanos com habilidades e competências que não podem ser quantificadas.
Por fim, é fundamental que, ao adotar a tecnologia para avaliar a produtiv