A moda sempre foi uma forma de expressão e protesto, e mais uma vez, ela se mostrou capaz de causar desconforto e questionamento em um momento de dificuldade política. A atriz em questão é ninguém menos que a talentosa e corajosa Emma Corrin, que surgiu na passarela de Harris Reed durante a London Fashion Week, em setembro deste ano.
Harris Reed é um estilista britânico que ficou conhecido por suas criações andróginas e extravagantes, que desafiam os padrões de gênero e promovem a liberdade de expressão. E foi justamente essa liberdade que Emma Corrin trouxe para a passarela ao desfilar com um vestido de tule preto, corset e uma capa vermelha com a inscrição “Give a Damn” (Dê importância) nas costas.
A escolha do estilista e da atriz não foi por acaso. O momento político vivido no Reino Unido e no mundo é de grande instabilidade e polarização, principalmente em relação a questões de gênero e direitos humanos. E foi justamente isso que Harris Reed e Emma Corrin quiseram trazer para a passarela, um momento de reflexão e questionamento sobre o que realmente importa.
O vestido de tule preto, que remete à luta pelos direitos das mulheres, e o corset, que representa a opressão e os padrões de beleza impostos pela sociedade, são símbolos poderosos que mostram a força e a resistência feminina. Já a capa vermelha com a frase “Give a Damn” é um convite para que as pessoas se importem e se posicionem diante das injustiças e desigualdades que ainda existem no mundo.
Além disso, a escolha de Emma Corrin para desfilar essa criação não poderia ser mais acertada. A atriz, que ganhou destaque ao interpretar a Princesa Diana na série “The Crown”, é conhecida por seu ativismo e engajamento em causas sociais, principalmente em relação à comunidade LGBTQ+. E ao desfilar com esse vestido, ela mostra que a moda também pode ser uma forma de ativismo e de dar voz às minorias.
A presença de Emma Corrin na passarela de Harris Reed também é um sopro de esperança em meio a um momento tão difícil. A pandemia do coronavírus afetou a indústria da moda de forma significativa, com desfiles cancelados e marcas enfrentando dificuldades financeiras. E essa parceria entre atriz e estilista mostra que, mesmo em tempos de crise, a arte e a criatividade podem ser usadas para trazer mensagens importantes e inspiradoras.
Não é a primeira vez que a moda se une à política para trazer reflexão e questionamento. Em 2017, a marca Dior lançou a coleção “We Should All Be Feminists” (Todos nós deveríamos ser feministas), inspirada no ensaio da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie. E em 2018, a grife francesa Vetements trouxe para a passarela camisetas com frases políticas, como “Free Hong Kong” (Liberdade para Hong Kong) e “Stop Racism” (Pare o racismo).
A moda é uma forma de arte e, como tal, tem o poder de influenciar e provocar mudanças na sociedade. E a escolha de Emma Corrin para desfilar na passarela de Harris Reed é mais uma prova disso. A atriz, que é um ícone de estilo e representatividade, mostrou que a moda pode ser muito mais do que apenas roupas bonitas, ela pode ser uma ferramenta de luta e resistência.
Em um momento em que a política e a sociedade estão tão polarizadas, é importante que figuras públicas como Emma Corrin e Harris Reed usem sua