O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, e o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, apelaram, esta semana, para a expulsão dos cerca de 2,3 milhões de palestinianos da Faixa de Gaza, para permitir o regresso dos colonatos judaicos que foram desmantelados em 2005.
“Ao proporem medidas que constituem violações do Direito Internacional, declarações dessa gravidade aprofundam tensões e prejudicam as perspetivas de alcançar a paz na região”, declarou em comunicado o Ministério das Relações Exteriores brasileiro.
Na nota, este ministério reitera que o Brasil defende uma solução entre as partes, com um “Estado Palestiniano economicamente viável convivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas”.
As declarações de Ben Gvir e Smotrich, repetidas por muitos apoiantes de grupos de extrema-direita e colonos israelitas, foram já rejeitadas pelos Estados Unidos, União Europeia e Chile.
As Nações Unidas também manifestaram preocupação e observaram que a transferência forçada da população de um território ocupado é proibida pelo direito internacional.
A organização estima que 1,9 milhões de habitantes da Faixa de Gaza (85% da população) tenham sido deslocados à força – alguns repetidamente – desde o início do conflito armado entre o grupo islamita palestiniano Hamas e Israel.
A guerra em curso, que completa no domingo 14 semanas, começou quando o Hamas atacou Israel, provocando, segundo as autoridades israelitas, cerca de 1.200 mortos, além de ter sequestrado 240 pessoas, das quais mais de 120 ainda se encontram em cativeiro.
A retaliação israelita na Faixa de Gaza fez mais de 22.400 mortos e desencadeou uma crise humanitária grave devido ao colapso de hospitais, falta de medicamentos, alimentos, água e eletricidade, de acordo com as autoridades do enclave palestiniano controlado pelo Hamas.
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