Por décadas, as adaptações cinematográficas de games populares eram sinônimo de histórias sem graça e fracassos de bilheteria. Da risível versão de Mario Bros lançada em 1995 à tentativa de levar às telas o épico Assassin’s Creed, transformar um formato interativo em uma história de duas horas nunca deu muito certo. Há exceções, é claro, mas a situação só começou a mudar mesmo no ano passado. Em 2023, a nova versão de Mario fez um sucesso imenso entre público e crítica, arrecadou mais de US$ 1,36 bilhão em bilheteria e só ficou atrás de Barbie. Na televisão, a adaptação do game de terror e sobrevivência The Last of Us recebeu 24 indicações ao Emmy e provou que é possível criar boas histórias baseadas em jogos.
Agora, em 2024, analistas acreditam que os filmes baseados em videogames podem, finalmente, acabar com a supremacia dos super-heróis nas salas de cinema. O modelo já vem sofrendo com o exagero de adaptações, muitas delas repetitivas e sem consistência. Para ter ideia, Flash arrecadou apenas US$ 55 milhões no final de semana de estreia na América do Norte, muito abaixo dos US$ 85 milhões projetados por especialistas. The Marvels, da Disney, que custou quase US$ 300 milhões para ser produzido, arrecadou apenas US$ 47 milhões no final de semana de estreia, o pior resultado de todos os 33 filmes da Marvel.
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O presidente da Disney, Bob Iger, já afirmou em diferentes ocasiões que a empresa fez “sequências demais” e, por causa delas, o interesse pelo formato vem caindo drasticamente. É uma situação que parecia inevitável, dada a quantidade de produções que surgiram baseadas nos quadrinhos mais obscuros. Mas na década anterior ao começo da pandemia qualquer ranking de maiores sucessos de bilheteria estava repleto de heróis, de Vingadores a Aquaman.
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Com o sucesso financeiro de Mario, é de se esperar que, a partir de agora, as salas sejam inundadas por versões de games. A Nintendo, que tanto relutou para expandir suas franquias para além dos consoles, já pensa em um filme por ano e afirmou que vai levar The Legend of Zelda para as telonas. A Amazon prepara uma série inspirada nos jogos pós-apocalípticos de Fallout com o mesmo time que fez Westworld, e a HBO levará God of War para as telinhas. São histórias e personagens fortes, com uma boa base de fãs.
É claro que há certo receio sobre a qualidade de todas essas produções. Afinal, o histórico não é dos melhores. Mas, pelo menos por enquanto, essa nova leva de filmes tem cativado o público com um sentimento de surpresa e encantamento semelhante aos primeiros filmes da Marvel a chegar nos cinemas.
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