Com o aumento da população e urbanização das cidades, as infraestruturas como pontes se tornaram essenciais para o transporte de pessoas e mercadorias. No entanto, com o passar dos anos, essas estruturas vão envelhecendo e se deteriorando, o que pode levar a problemas de segurança e até mesmo o colapso da ponte. Pensando nisso, pesquisadores brasileiros têm se dedicado a encontrar novas estratégias para monitorar e prolongar a vida útil dessas pontes, e o uso de redes neurais e modelagem digital têm se mostrado promissores.
As pontes são construções que estão sujeitas a condições extremas, como ventos fortes, terremotos e o constante tráfego de veículos. Além disso, fatores como a poluição, o clima e a qualidade dos materiais utilizados na construção influenciam diretamente na sua vida útil. Por isso, é fundamental que essas estruturas sejam constantemente monitoradas e avaliadas, para que possíveis problemas sejam identificados e corrigidos antes que se tornem graves.
Atualmente, a forma mais comum de monitoramento de pontes é a inspeção visual, realizada por engenheiros que caminham sobre a estrutura e procuram por sinais de danos. No entanto, essa abordagem é limitada e pode não fornecer informações precisas sobre a condição da ponte. Além disso, é um processo demorado e caro, pois requer uma equipe de inspetores, equipamentos especializados e, muitas vezes, a interrupção do tráfego na ponte.
Nesse cenário, pesquisadores brasileiros da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) têm trabalhado em uma nova estratégia que combina o uso de redes neurais e modelagem digital. A ideia é desenvolver um sistema de monitoramento inteligente que possa analisar dados em tempo real e fornecer informações precisas sobre a condição estrutural das pontes.
As redes neurais são um tipo de algoritmo de inteligência artificial que imita o funcionamento do cérebro humano. Elas são capazes de aprender e reconhecer padrões em dados, o que as torna ideais para a análise de grandes quantidades de informações. Já a modelagem digital permite a criação de um modelo virtual da ponte, que pode ser utilizado para simular diferentes cenários e prever possíveis danos.
O sistema proposto pelos pesquisadores brasileiros consiste em sensores instalados na ponte, que coletam dados sobre a sua condição estrutural em tempo real. Esses dados são enviados para um computador que utiliza redes neurais para analisá-los e identificar possíveis problemas. Caso seja detectada alguma anomalia, o sistema pode emitir alertas e recomendações para que os responsáveis pela ponte tomem as medidas necessárias.
Uma das principais vantagens desse sistema é a sua capacidade de identificar problemas antes que eles se tornem visíveis. Dessa forma, é possível realizar reparos e manutenções preventivas, que além de aumentarem a segurança da ponte, também têm um custo menor do que reparos emergenciais. Além disso, o sistema é capaz de coletar e analisar uma quantidade muito maior de dados do que uma equipe de inspetores, o que torna o monitoramento mais eficiente e preciso.
Os pesquisadores envolvidos nesse projeto acreditam que essa nova abordagem pode ser aplicada não apenas em pontes, mas em outras estruturas como viadutos, túneis e edifícios. A tecnologia já foi testada em laboratório e agora está sendo implementada em uma ponte real, na cidade de São Paulo. Os resultados iniciais têm sido promissores e mostram o potencial dessa estratégia para prolong