Aos 100 anos, o professor e arquiteto Lemos deixou um legado inestimável para a arquitetura brasileira. Seu nome é sinônimo de excelência e comprometimento com a preservação do patrimônio cultural do país, além de ser autor de obras clássicas que servem de referência para estudantes e profissionais da área.
Nascido em 1921, em São Paulo, Lemos teve uma infância simples, mas cercada pelo amor à arte e à arquitetura. Seu pai, também arquiteto, foi sua primeira inspiração e o incentivou a seguir seus passos. Após se formar na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), em 1945, Lemos iniciou sua carreira como professor na mesma instituição, onde lecionou por mais de 40 anos.
Ao longo de sua trajetória, Lemos se destacou por sua dedicação e comprometimento com o ensino e a pesquisa. Seus alunos o descrevem como um professor exigente, mas ao mesmo tempo inspirador e generoso. Sempre preocupado em transmitir seus conhecimentos de forma clara e acessível, Lemos influenciou gerações de arquitetos e urbanistas, deixando sua marca na formação de profissionais de excelência.
Além de sua atuação como professor, Lemos também se destacou como defensor do patrimônio cultural brasileiro. Em uma época em que a preservação não era uma preocupação tão presente na sociedade, Lemos dedicou-se a estudar e valorizar a arquitetura colonial brasileira, que muitas vezes era deixada de lado em favor da arquitetura moderna.
Foi através de sua atuação como presidente do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) que Lemos teve um papel fundamental na preservação de diversos monumentos e edifícios históricos no estado de São Paulo. Sua luta pela conservação do patrimônio cultural se estendeu por décadas, e até hoje é lembrada e reconhecida por sua importância.
Além disso, Lemos também foi autor de obras clássicas sobre a arquitetura brasileira, como “Arquitetura Brasileira: Origens e Destinos”, lançado em 1977. Neste livro, o professor apresenta uma análise profunda e abrangente da arquitetura colonial brasileira, trazendo à tona a importância de valorizar e preservar essa parte da nossa história.
Outra obra de destaque é “A Formação da Cidade Colonial Brasileira”, de 1982, na qual Lemos aborda a influência das cidades portuguesas na formação das cidades brasileiras e como isso se reflete na arquitetura e no urbanismo do país. Ambas as obras são consideradas referências no estudo da arquitetura brasileira e são leitura obrigatória para aqueles que desejam compreender a evolução da nossa arquitetura.
Além disso, Lemos também foi autor de diversos artigos e ensaios, sempre com um olhar crítico e reflexivo sobre a arquitetura e o urbanismo brasileiros. Sua contribuição para a produção acadêmica e intelectual da área é inegável e seu legado será eternamente lembrado e valorizado por todos aqueles que se dedicam à arquitetura.
Aos 100 anos, Lemos nos deixa um exemplo de perseverança, dedicação e amor pelo que fazia. Sua vida e obra são um verdadeiro tesouro para a arquitetura brasileira, e seu legado continuará inspirando e influenciando as futuras gerações. Seu nome ficará marcado na história da FAU-USP e da arquitetura brasileira, como um verdadeiro mestre